Ela sentia falta. Sentia falta de alguém para conversar, para poder contar. Contar como foi o dia, contar as idiotices que fez e contar uma piada sem graça.
Ela sentia falta de alguém para rir. Rir daquilo que é engraçado e daquilo que não faz sentido. Rir dos outros e deles mesmos, chorar de tanto rir ou rir para não chorar.
Ela sentia falta de uma mão para segurar. Segurar para não se perder ou para não se sentir sozinha. Segurar quando estivesse com medo e se sentir protegida. Ou segurar apenas para ter uma mão entrelaçada na sua.
Sentia falta de alguém para abraçar. abraçar quando estivesse feliz ou quando se sentisse triste. Abraçar para curar uma dor ou para demonstrar carinho, para dizer 'estou aqui', ou simplesmente abraçar para sentir o calor do outro.
Ela sentia falta de alguém para a escutar. Escutar suas loucuras e delírios. Escutar os seus sonhos e desejos, escutar as coisas sérias que ela falava. E principalmente escutar o que ela dizia em silêncio.
Ela sentia falta de alguém para a beijar. Beijar na testa e demonstrar carinho, beijar um machucado para que curasse logo ou beijasse o pescoço para lhe provocar arrepio. Não precisava que beijasse seu pé, só precisava que a beijasse com paixão.
Ela sentia falta de alguém que fizesse seu coração acelerar e querer sair pela boca, que fizesse nascer borboletas no estômago e arrancasse aquele sorriso bobo.
Enfia, ela sentia falta de alguém para amar.
Thayana Knupp Gimenes
"Sobra tanta falta de paciência que me desespero
Sobram tantas meias verdades que guardo pra mim mesmo." (OTM)